Previsão das perdas de solo por erosão hídrica com o Modelo USLE (integrado em ambiente SIG) numa pequena bacia hidrográfica

Abstract

A erosão é uma das formas mais prejudiciais de degradação do solo. Além de reduzir o potencial produtivo das culturas, pode causar sérios danos ambientais, como poluição dos meios híbridos, com a consequente alteração dos ecossistemas aquáticos, e assoreamento dos cursos de água e albuferiras. Contudo, se forem utilizadas boas práticas agrícolas e um adequado uso do solo, os problemas de erosão hídrica podem ser bastante mitigados. A realização deste trabalho teve como principal objetivo a modelação das perdas de solo por erosão hídrica com recurso à Equação Universal de Perda de Solo em ambiente SIG, numa pequena bacia hidrográfica (189 ha) com localizada no Aproveitamento hidroagrícola da Campina da Idanha (concelho de Idanha-a-Nova). Foram recolhidos dados de precipitação horária referentes a dois anos hidrológicos, um ano com baixa pluviosidade (2004/2005) e um outro (2009/2010) com pluviosidade dentro da média para a zona onde se localiza a estação meteorológica em causa (Ladoeiro, Concelho de Idanha-a-Nova). Através da análise dos dados foi possível determinar o total das chuvadas erosivas para cada ano, tendo-se obtido uma altura de precipitação de 155,7 mm para o ano hidrológico de 2004/2005, e 340,9 mm para o ano de 2009/2010. De acordo com as classes de erosão definidas, verifica-se uma certa variação na quantidade de perda de solo por hectare e por ano, os valores para o ano 2004/2005 oscilam entre 0,71 e 30,92 ton. A classe mais elevada (classe V - 22,18 - 30,92 ton/ha.ano) está representada em 5% da área de estudo total. Para o ano 2009/2010, os valores de perda de solo situam-se entre 1,61 - 37,22 ton/ha.ano; a classe mais elevada (classe V - 24,77 - 37,22 ton/ha.ano) encontra-se representada em 14% da área da bacia hidrográfica de estudo. De todas as medidas mitigadoras para o processo de erosão hídrica do solo, exige-se uma grande necessidade de estabelecer um bom uso e prática agrícola nos solos, caso contrário não fica garantida a sustentabilidade do ecossistema e assistiremos a uma redução progressiva da capacidade produtiva do solo e a situações mais extremas como a desertificação do espaço rural.