Avaliação da adequação nutricional das refeições e promoção de uma alimentação saudável numa população infantil do Município da Guarda

Abstract

Introdução: Uma alimentação correta constitui um referencial para qualquer indivíduo que queira ter uma vida saudável. Neste sentido, aos profissionais desta área cabe-lhes demonstrar de forma consubstanciada o impacto positivo de uma educação alimentar sustentada em pilares sólidos e credíveis. As escolhas alimentares na infância têm suma importância na saúde dos indivíduos. Por isso urge que lhes sejam incutidos hábitos alimentares saudáveis. Atualmente as crianças começam a frequentar os estabelecimentos escolares desde muito cedo, sendo de considerar que é nestes espaços que se adquirem os comportamentos e as atitudes corretas no quadro alimentar. A saúde depende da forma como as pessoas se alimentam e da maior ou menos frequência dos seus erros alimentares. A escola enquanto agente educativo assume por inerência a nobre tarefa de ensinar as nossas crianças a comer corretamente. Objetivos: Este estudo teve por objetivo avaliar a adequação nutricional das refeições, verificando a adequação nutricional das capitações dos alimentos, definidas pela CMG numa escola do 1º CEB do Agrupamento de Escolas de S. Miguel – Guarda e analise dos restos alimentares provenientes das refeições. Desenvolveram-se ainda algumas atividades de Educação Alimentar. Metodologia: A amostra deste estudo abrangeu 41 alunos saudáveis com idades compreendidas entre os 06 e 09 anos, aos quais foram fornecidas refeições com base nas capitações dos alimentos da CMG. Para a recolha dos dados necessários para avaliar e analisar os restos alimentares, definiram-se três estratégias. Começou-se por elaborar duas ementas semanais, estas foram acompanhadas pelas fichas técnicas dos constituintes, por fim foi elaborada uma base de dados no programa Microsoft Excel com as capitações em cru por refeição, contabilizou-se a parte edível e o rendimento de todos os ingredientes e obteve-se a capitação efetiva a comer. Para além disso, foram realizadas acções de educação alimentar para 25 alunos que estavam inscritos nas férias ativas. Resultados: Foram analisadas 10 refeições. A amostra do nosso estudo relativamente à sopa apresentou uma grande homogeneidade, a maioria dos alunos comeram a sopa na totalidade. Nas refeições onde a fonte proteica foi pescado verificou-se uma menor adesão, ao contrário das refeições onde a fonte proteica era carne ou ovos. Relativamente às leguminosas, ao contrário do espectável, os alunos aceitaram-nas bem. De todos os acompanhamentos, verificou-se que a massa e o arroz foram os preferidos dos alunos. Salientou-se no entanto uma fraca adesão aos produtos hortícolas. No nosso estudo verificou-se uma boa aceitação de todas as variedades de fruta servidas. Conclusão: De uma forma geral, é possível concluir que a média das refeições analisadas apresentou um contributo percentual para o almoço dentro do intervalo recomendado, classificando-se em Normocalóricas, hiperproteícas, normolipídicas e normoglícidicas, resultados bastante satisfatórios. VI Concluímos que a fraca ingestão de pescado e produtos hortícolas devem-se aos maus hábitos alimentares das crianças, é urgente alterar estes hábitos. Com o objetivo de melhorarmos o consumo destes alimentos elaborou-se um projeto de educação alimentar “Comer com saber”.