Acompanhamento da maturação de três variedades de cereja em Lamaçais (Cova da Beira)

Abstract

A partir da década de setenta teve início a euforia da cerejeira na região da Cova-da-Beira, sendo actualmente uma das maiores fontes de riqueza da serra da Gardunha. Na altura da colheita a região beneficia de grandes proveitos económicos devido à venda de cereja e de produtos seus derivados. O rachamento da cereja, quase sempre associado a chuvas no período pré-colheita, tem levado alguns produtores regionais à escolha de variedades resistentes, a pulverizações de minerais ou com hormonas, e mais recentemente, à cobertura desta cultura como meio de evitar perdas significativas de produção. Neste trabalho acompanha-se a maturação das variedades de cereja B. Burlat, Sunburst e De Saco, das mais representativas nos pomares desta região. Foi também avaliado o efeito da cobertura do pomar na maturação da cereja nas variedades B. Burlat e Sunburst, e na De Saco o efeito dos porta-enxertos Maxma 14 e Tabel Edabriz sobre a maturação desta variedade regional, através de amostragens realizadas na Quinta de Lamaçais (Caria), para a caracterização físico-química de cada variedade. Como principais conclusões retiradas há que referir que a cobertura do pomar reduz a percentagem de rachamento da cereja nas variedades mais temporãs, nomeadamente na B. Burlat, antecipando a sua data de colheita. A cobertura de pomares da variedade Sunhurst reduz a firmeza da sua polpa. Este facto leva-nos a ponderar a hipótese de que esta variedade deverá ser aconselhada para regiões de colheitas precoces, ou mesmo ponderar a hipótese de não ser de todo viável a sua cobertura. A variedade De Saco enxertada em novos porta-enxertos seleccionados vê as suas características naturais desvalorizadas, nomeadamente no que se refere ao peso e calibre, quando comparada com árvores enxertadas em bravo.