Caracterização olivícola e oleícola da zona homogénea da Beira Baixa

Abstract

A criação em Portugal de um sistema de atribuição de ajudas à produção de azeite a partir da campanha 1986/87 originou alterações no panorama olivícola e oleícola nacional. Entre estas, a criação de zonas homogéneas de produção, emanadas da legislação comunitária aplicada ao sector, assumiu particular destaque. A ACACSA (Agência de Controlo das Ajudas Comunitárias ao Sector do Azeite) compete, entre outras atribuições, proceder à caracterização olivícola e oleícola das referidas zonas homogéneas. Das sinergias confluentes entre este organismo e o autor deste trabalho procedeu-se à caracterização da zona homogénea da Beira Baixa, tendo como base os resultados das acções de controlo levadas a cabo na zona no período compreendido entre as campanhas 1987/88 e 1996/97, efectuadas a olivicultores e unidades transformadoras (lagares de azeite). A caracterização do património olivícola assentou no tratamento de dados recolhidos em 580 acções de controlo, efectuadas ao mesmo número de olivicultores, exploradores de 835 266 oliveiras verificadas, existentes em 10 387 ha de olival. Para as oliveiras verificadas foram considerados os seguintes itens de caracterização: Forma de cultivo, densidade, disposição, topografia, idade, variedades dominantes, fertilização, tratamentos fitossanitários, rega, vigor vegetativo e tipo de colheita. A caracterização das unidades transformadoras foi sustentada pelo tratamento dos dados recolhidos em 62 acções de controlo efectuadas ao mesmo número de lagares de azeite, tendo estes sido complementados pela recolha de informação dos boletins de cadastro da totalidade dos lagares reconhecidos existentes na zona homogénea. Para a caracterização dos lagares foram considerados os seguintes itens: Classificação por classes técnico-tecnológicas, recepção e armazenagem de azeitona, armazenagem de azeite, águas residuais e condições técnico-higiénicas.