Determinação dos resultados económicos em explorações ovinas na região de Castelo Branco

Abstract

A produção ovina é, na região de Castelo Branco, uma das actividades mais representativas em virtude do elevado número de explorações em que ela é praticada, pela contribuição deste sector no rendimento global das empresas e devido à limitação ou, até mesmo, ausência de outras alternativas que possam viabilizar as empresas agrícolas. A raça de ovinos predominante no distrito é a “Merino da Beira Baixa” que, embora seja uma produtora de lã por excelência, é explorada na sua tripla função direccionada, sobretudo, para a produção de leite/queijo, como se pode verificar pela excelente qualidade dos queijos tradicionais da região. No entanto, embora pareça uma actividade que, à partida, oferece condições para o sucesso das empresas, há que ter em conta vários factores como o potencial genético dos animais, o maneio e regime alimentar e as condições climatéricas. Estes factores só poderão ter a máxima rendibilização se houver uma eficaz gestão tentando saber, com rigor, o valor das receitas e encargos que esta actividade assume. Este trabalho teve como finalidade a determinação e análise das receitas e dos custos de produção do sector ovino para o ano de 1993, em duas explorações do concelho de Castelo Branco, comparando esses resultados com valores standard da RICA e com os valores das mesmas explorações no ano anterior. A exploração A localiza-se no concelho de Castelo Branco, tendo uma área total de 60,559 ha e, no ano 1993 contava com um efectivo ovino de 205 animais. A exploração B localiza-se no mesmo concelho, tendo uma área total de 250 ha e, no ano de 1993 possuía um efectivo ovino de 696 animais. No que diz respeito aos resultados obtidos, a exploração B foi a que atingiu maior custo de produção por ovelha adulta inferior, no entanto, aos valores standard da RICA. Quanto às receitas, a exploração A teve um rendimento por ovelha adulta superior à exploração B mas, bastante inferior em comparação com o valor apresentado pela RICA. De referir ainda que a Exploração B apresentou perda, com uma rendibilidade global de 0,67, sendo a da exploração A de 1,14.