Contribuição para o estudo das águas residuais urbanas na estação de tratamento de águas residuais de Castelo Branco

Abstract

No trabalho efectuado sob o título “Contribuição para o estudo das águas residuais urbanas na ETAR de Castelo Branco”, fizemos uma revisão bibliográfica que incidiu sobre: caracterização das águas residuais (A.R.s), a acção das águas residuais no ambiente e os respectivos problemas de poluição, bem como os riscos que representam para a saúde pública. Tecemos considerações sobre as águas residuais e a agricultura, chamando a atenção para a acção dos macronutrientes, micronutrientes e microorganismos no solo e nas plantas, bem como para alguns dos problemas resultantes da utilização das A.R.s, na rega. Tendo em conta os problemas postos pelas A.R.s e pela sua possível utilização na agricultura, chamamos a atenção para a importância de que se reveste o controlo de qualidade dessas A.R.s e da Legislação aplicável. Fizemos ainda algumas considerações sobre o tratamento das A.R.s fases de tratamento, tipos de tratamento e seus sub-produtos. As análises físico-químicas e microbiológicas decorreram de Março a Setembro de 1992 e abrangeram 60 amostras: 20 do efluente bruto, 20 do efluente primário e 20 do efluente secundário. Fizemos as seguintes determinações: pH, condutividade, sólidos totais, sólidos suspensos, sólidos dissolvidos, sólidos voláteis e não voláteis, CQO, CBO5, azoto amoniacal, nitratos, cloretos, fósforo total, bicarbonatos, Zn, Mg, Na, Ca, Cu, Mn, Fe, coliformes totais e fecais, mesófilos, esporos de clostrideos sulfito redutores, pesquisa de Salmonella e de Streptococcus fecais. Comparamos os resultados obtidos em cada um dos efluentes com os valores máximos a que devem obedecer os efluentes secundários, bem como com os valores máximos recomendáveis e com os valores máximos admitidos para águas de rega. A maior parte dos valores médios encontrados, foi superior aos valores máximos estabelecidos na legislação em vigor quer para os efluentes secundários, quer para a água de rega. Concluímos que o funcionamento da ETAR, no período em análise, não foi correcto e o efluente secundário não poderia ser usado para rega.