Contribuição para o estudo e quantificação das quebras durante a conservação frigorífica da maçã

Abstract

A maçã é um dos frutos de maior consumo na alimentação dos Portugueses, sendo esta cultura de grande importância. SARAIVA (1985) considerou a área nacional de macieira de 18.000 ha, o que corresponde a 1,42% da área frutícola total. Sendo a macieira uma caducifólia com maturação fisiológica dos frutos apenas distribuída numa pequena faixa, fim de Verão princípios de Outono, em que para manter a oferta ao longo do ano é necessário recorrer a processos de conservação, em que o mais utilizado em Portugal e, dum modo geral, nos outros países a nível industrial é a utilização do frio. Nas condições actuais de conservação e durante o período de armazenamento verifica-se a ocorrência de enormes quebras de origem parasitária e fisiológica. Em França as perdas provocadas pelas doenças de conservação situar-se-iam, em certos casos, na ordem dos 30% (BONDOUX, 1967), perdas do mesmo nível são referidas também na Irlanda (VIENNOT-BOURGIN, 1979). Em Portugal não existem elementos que permitam uma quantificação minimamente correcta dessas perdas, mas aceita-se facilmente que possuam um real significado económico nas Centrais Fruteiras, segundo opinião dos seus técnicos dirigentes, pelo que não será pois de estranhar, que uma das grandes preocupações actuais nas Centrais, é o problema das quebras durante a conservação frigorífica. Encontrando a maior receptividade na Cooperativa de Fruticultores da Cova da Beira para a realização de dois ensaios, em que num deles pretendemos estudar e quantificar o problema das quebras durante o período de conservação da maçã, nas cultivares; Bravo d’Esmolfe, Golden Delicious e Starking, em três calibres distintos. No outro ensaio pretendemos estudar e quantificar as quebras nas cultivares Golden Delicious e Starking no conjunto de vários calibres, com um tratamento fungicida de pré-frigorificação Ao longo deste relatório faremos urna breve caracterização da fruticultura da região da Cova da Beira e enquadramento sócio-económico da Cooperativa de Fruticultores da Cova da Beira; numa 2ª fase, abordaremos as principais doenças de conservação e seus meios de luta; na 3ª fase, abordaremos os factores que contribuem para o êxito da conservação; e, finalmente, a descrição dos ensaios realizados com as respectivas discussões e conclus5es. Sumariamente diremos que o presente relatório não é um trabalho de análise que caracterize este ou aquele aspectos da fruticultura do nosso país ou região num contexto sócio-económico e político da Agricultura Portuguesa, mas sim, dar um pequeno contributo para um dos muitos problemas que, neste caso, são as quebras em conservação frigorífica.