Estudo do javali (Sus scrofa L.) na área de paisagem protegida do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina

Abstract

Nos últimos anos tem-se verificado uma expansão da população de javalis (Sus scrofa) no nosso país. Como resultada, a A.P.P.S.A.C.V, foi recentemente ocupada por esta espécie, encontrando aqui todas as condições necessárias pata a sua fixação e desenvolvimento. Pretende-se com este trabalho contribuir para um melhor conhecimento da distribuição do javali na área. A análise de conjunto do processo (inquéritos) resulta assim bastante confuso, embora pareça provável uma emigração com origem em núcleos já existentes na Serra do Espinhaço de Cão e Serra do Caldeirão (entre Odemira e Ourique), Foi analisado o seu comportamento, tendo-se verificado uma alteração ao longo dos meses de estudo. Durante os meses em que as culturas agrícolas se encontram nos campos, a actividade do javali concentra-se mais neste tipo de locais e nas zonas onde existe água. Quando começam a cair as primeiras chuvas, e as culturas já foram retiradas, a sua actividade concentra-se mais nos matos e nas florestas. Os seus vestígios diminuem nas albufeiras, em virtude de existirem grande número de charcas que satisfazem que as suas necessidades: - termorregulação, - limpeza. As análises feitas às bolas mascadas “maxuço, com base nos dados, e uma vez que não se dispõe da quantificação do teor energético, supõe-se que este comportamento do javali se relacione com a obtenção de energia suplementar proveniente dos hidratos de carbono mais facilmente assimiláveis e que se encontram nas espigas. Nas Áreas Protegidas, Parques Nacionais, Parques Naturais e Reservas Naturais a passagem de credenciais não deveria ser generalizada para todos os casos de prejuízos na agricultura mas sim estudar cada situação de forma a salvaguardar os interesses do agricultor e a protecção da espécie. Existem inúmeros casos de cruzamentos de javali com o porco doméstico na A.P.P.S.A.C.V. e nas áreas envolventes, orgulhando-¬se os moradores locais da sua criação, embora afirmem que a sua evolução em peso é menor que nos porcos. Estes cruzamentos contribuem para a alteração do património genético da espécie, tornando-se consideravelmente mais vulnerável. Concluindo, é indispensável existir um melhor ordenamento da caça a esta espécie, uma perfeita fiscalização mais eficaz, assim como o aumento dos recursos técnicos e humanos, de modo a que se proteja de uma forma sadia e frutuosa a relação javali/homem.