Título: Prevenção de incêndios florestais : estudo na área da Administração Florestal de Mondim de Basto
Autor: Ramos, Eduardo Fernando Ribeiro
metadata.dc.contributor.advisor: Botelho, Hermínio
Nunes, Luísa Fernanda Ribeiro Gomes Ferreira
Data: 1991
Citação: RAMOS, Eduardo Fernando Ribeiro (1991) - Prevenção de incêndios florestais : estudo na área da Administração Florestal de Mondim de Basto. Castelo Branco : ESA. IPCB. Relatório do Trabalho de Fim de Curso de Produção Florestal.
Resumo: A floresta constitui uma das riquezas naturais do nosso País. Para além do seu valor económico directo, emprega vários milhares de Portugueses e proporciona condições ambientais e paisagísticas que não têm preço. A floresta pode ter um papel de protecção da natureza, da vida animal e dos solos, ou então ser destinada à produção de madeira e outros derivados. Em qualquer dos casos, vai desempenhando aquelas funções ao longo dos anos do seu crescimento e formação, a troco de pouco trabalho do Homem. Durante este período a floresta está sujeita a inúmeros perigos. Em países de clima semelhante ao nosso, com verões quentes e secos e por vezes prolongados, o fogo constitui a principal ameaça para a floresta. O fogo coexiste com a floresta desde há milhares de anos e desempenha até alguns aspectos benéficos no seu ciclo de vida. Mas se ultrapassa determinadas proporções ou se torna descontrolado, constitui um inimigo terrível para a floresta. “Cerca de 3% da área florestada está sob administração directa do estado, quer através da Direcção Geral das Florestas, quer do Serviço Nacional de Parques e Reservas e Conservação da Natureza. Uns 16% da área florestada depende das comunidades locais e a restante área constitui propriedade privada de um grande número de particulares. Este facto origina uma partição muito grande da floresta, sobretudo nalgumas regiões, o que tem dificultado o emprego de medidas racionais de ordenamento e protecção florestal, nomeadamente contra incêndios florestais. Felizmente assiste-se hoje em dia a uma modificação deste estado de coisas, graças a um elevado conjunto de circunstâncias e de medidas estruturais.” Nas nossas condições ambientais, são relativamente raros os incêndios causados por fenómenos naturais sendo a esmagadora maioria dos casos produzidos directa ou indirectamente pela acção humana. Se bem que não sejam conhecidos com rigor as causas de um significativo número de incêndios, é seguro poder-se afirmar que a negligência constitui uma das causas mais importantes. Significa isto que as pessoas não avaliam por vezes bem as consequências das atitudes ou descuidos que têm a respeito da floresta, pelo que se torna necessário uma longa acção de sensibilização e de educação. Não se pode deixar de ter presente a acção intencional, que revela uma atitude doentia, que não é fácil explicar, mas que é preciso conter e dissuadir. Como refere Silva (1989), as alterações socioeconómicas profundas que se deram principalmente nas zonas de economia mais deprimida da montanha, criaram condições para o aumento do risco de incêndio. De facto, a partir da década de 60 deu-se uma rarefacção da mão-de-obra rural pela emigração para os países mais desenvolvidos da Europa que teve fortes repercuções no equilíbrio do ecossistema existente, o corte de matos para as camas dos gados e produção de estrume foi progressivamente abandonado; o pastoreio extensivo na montanha e a utilização do fogo no Outono ou Primavera para alimentação das espontâneas menos apetecíveis e aparecimento de tenros renovos, mais ricos em proteínas e elementos minerais, caiu em desuso. Acresce ainda que o clima Português é caracterizado por um longo período sem chuvas, baixas humidades relativas e elevadas temperaturas do ar, que ocorre normalmente de Julho a meados de Setembro. A conjugação dos resultados da emigração com o clima desfavorável em época crítica, tem dado lugar a autênticas catástrofes em Portugal onde ardem anualmente algumas dezenas de milhares de hectares. O Perímetro Florestal de Mondim de Basto infelizmente também tem sido nos últimos anos flagelado pelos incêndios. Na época estival, como por todo o país, deflagram incêndios que por vezes atingem grandes proporções de que resultam graves prejuízos, tanto económicos como ecológicos. É um facto incontroverso que a questão dos fogos em Portugal quase se circunscreve às regiões montanhosas. Na verdade, é aqui que se localizam as grandes manchas arbóreas de resinosas que quanto à sua vulnerabilidade ao fogo assumem particular acuidade. Além disto as condições orográficas são propiciadoras de uma rápida expansão dos fogos. O propósito deste trabalho consiste na implantação de técnicas de prevenção dos incêndios florestais num projecto de rearborização, porque pensamos que este é o primeiro e o mais importante passo na instalação de povoamentos florestais, tendo em vista a diminuição do risco dc incêndios. Segundo Botelho (1982), entre os tipos de medidas preventivas a eleger, merece destacado realce o estudo prévio e consciencioso da implantação dos povoamentos, de molde a que a sua comparticipação assente numa rede divisional que englobe as linhas de cumeada e as linhas de festo proeminentes, por representarem barreiras naturais à progressão dos fogos, pois basta, por vezes, apenas uma simples mudança de direcção dos ventos para provocar a sua extinção. Por outro lado, o papel da rede viária não pode ser minimizado não só por constituir um importante factor de exploração florestal, mas também como pára-fogos, razão pela qual a sua concepção tem de obedecer a certos preceitos que visem harmonizar a sua dupla função, não esquecendo, porém, a racional ocupação do terreno.
Descrição: Disponível na Biblioteca da ESACB na cota C30-11704TFCPF.
URI: https://minerva.ipcb.pt/handle/123456789/1261
Tipo de Documento: Relatório
Aparece nas colecções:ESACB - Produção Florestal

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