Regeneração de Pinus halepensis Mill. após incêndio

Abstract

O presente trabalho tem como objectivo o estudo da variabilidade da regeneração de P. halepensis após incêndio na região de Valência (este da Península Ibérica). Perguntou-se quais serão os factores que condicionam a quantidade de regeneração e, especialmente, os factores que determinam a reduzida regeneração em certas zonas. De modo a responder esta pergunta, em 2002, amostraram-se pinhais que arderam em 1993 e 1994 na região de Valência, acerca dos quais existia informação relativa à área basal dos indivíduos da espécie P. halepensis. As parcelas tinham uma área correspondente a uma circunferência com dez metros de raio. Foi registada a seguinte informação: número e altura de P. halepensis regenerado; cobertura dos estratos herbáceo e arbustivo; número de espécies de plantas; folhada; posição topográfica; declive; exposição; altitude; distância da parcela ao limite do incêndio; extracção ou não dos troncos ardidos; percentagem da superfície coberta com troncos e ramos; litologia; solo nu; pedregosidade; afloramentos; presença de socalcos ou outra indicação de anterior uso agrícola e sintomas de erosão. Decorridos nove a oito anos após os incêndios, a regeneração de P. halepensis apresenta variabilidade nas distintas zonas. Parcelas com reduzida regeneração tendem a apresentar uma exposição Sudeste, maior declive e menor área basal de P. halepensis pré incêndio. Estas parcelas também apresentam menor cobertura herbácea e arbustiva e mais sintomas de erosão. Encontrou-se ainda a existência de uma relação entre a regeneração de P. halepensis e a percentagem da superfície coberta com troncos e ramos, a área basal de P. halepensis pré incêndio, o anterior uso do terreno (com ou sem socalco) e o índice de humidade (relacionado com a exposição).