Contribuição para o estudo da biologia e controlo da Prays oleae Bern. na região de Castelo Branco
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Date
1987
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Publisher
IPCB. ESA
Abstract
São inúmeros, os problemas que atingem a Olivicultura moderna, sendo os mais graves a dificuldade de mecanização da colheita, a idade avançada da maioria dos olivais dotados de técnicas de instalação completamente ultrapassadas e constituídos por variedades com fraco interesse comercial, que fazem com que se encare esta cultura com os cuidados que ela efectivamente merece.
Como em toda a parte, o custo de produção do azeite subiu bastante e, consequentemente, deixou de poder suportar a concorrência das oleaginosas anuais. Isto teve como resultado a substituição em grande escala do azeite por outros óleos, provocando uma mudança profunda nos hábitos alimentares, de tal modo que o azeite não é mais a gordura alimentar predominante nos hábitos da população portuguesa; hoje o seu uso 1imita-se a alguns pratos tradicionais, saladas e pouco mais.
Tal estado de coisas, agravado por políticas de preço e qualidade, conduziu ao abandono de plantações marginais e mesmo ao arranque de numerosos olivais.
Mau grado estes problemas, a oliveira mantem entre nós, um lugar importante, quer pela área que ocupa (23% da superfície cultivada do país), quer pela nossa localização (o Mediterrâneo é a zona oleícola por exce1ência — cerca de 98% dos olivais), ocupando Portugal o 7º lugar mundial como produtor de azeite (CRUZ,1982).
Acreditamos na necessidade urgente duma reconversão profunda dos olivais, no sentido de uma intensificação que leve a considerar a oliveira como uma verdadeira árvore de fruto, aplicando-lhe todos os avanços da técnica conseguidos em fruticultura. Como complemento a uma adaptação total ou parcial a este modelo, haverá que considerar os cuidados fitossanitários quanto à incidência relativa e comportamento das pragas.
Quando em Setembro, as oliveiras têm enorme queda de frutos ainda verdes, é aparentemente fácil para o lavrador encontrar uma explicação. Atribui-se então a queda da azeitona à seca prolongada ou a calores intensos, aos ataques da mosca (Dacus oleae Gmel.) ou ainda à própria maneira de vegetar da oliveira - se a azeitona cai é porque a árvore não tem reservas nutritivas necessárias para as manter.
Na Primavera, por outro lado, se a floração corre mal e as corolas ficam acumuladas sobre a árvore em grandes massas castanhas ligadas por teias, também o lavrador — desesperado com a má alimpa — atribui a causas meteorológicas ou a outras o insucesso verificado. Culpa então os nevoeiros ou as chuvas, a falta de vento ou a carga excessiva.
Na grande maioria dos casos, porém, o lavrador está completamente enganado. As causas destes estragos podem ser quase sempre atribuídas às lagartas da Traça-da-Azeitona — Prays oleae Bern., a qual passa toda a sua vida sobre estas árvores.
Este relatório de trabalho de fim de curso foi orientado no sentido de contribuir para um melhor conhecimento do ciclo biológico da Traça-da-Azeitona na Região de Castelo Branco e no modo de a controlar, dado ser uma zona onde a incidência da praga é bastante acentuada.
Num ano de forte densidade populacional do insecto, a destruição pode afectar praticamente o conjunto da floração.
Por todas estas razões e pela importância que a Olivicultura representa para o país e, da necessidade urgente de ser cada vez mais incentivada e protegida, resolvemos escolher a Traça--da-Azeitona como objecto do nosso estudo.
Description
Relatório do Trabalho de Fim de Curso de Produção Agrícola apresentado à Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco.
Disponível na Biblioteca da ESACB na cota C30-6306TFCPAG ; C30-6307TFCPAG.
Disponível na Biblioteca da ESACB na cota C30-6306TFCPAG ; C30-6307TFCPAG.
Keywords
Prays oleae, Pragas das plantas
Citation
MARQUES, Leonor Marques (1987) - Contribuição para o estudo da biologia e controlo da Prays oleae Bern, na região de Castelo Branco. Relatório do Trabalho de Fim de Curso de Engenharia de Produção Agrícola.