Qualidade real vs. Qualidade potencial dos azeites da Beira Interior

Abstract

O presente trabalho teve como principal objetivo a avaliação da qualidade potencial e da qualidade real de azeites produzidos na Beira Interior. O estágio realizou-se na Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior (APABI) e acompanhou as visitas aos lagares, que esta associação realizou durante a campanha 2012/13. A APABI representa 60% do total do azeite produzido na Beira Interior e é a entidade gestora da Denominação de Origem Protegida (DOP) - Azeites da Beira Interior e como tal promove a melhoria contínua dos azeites produzidos nesta região. Às amostras de azeites recolhidas durante o acompanhamento das visitas aos lagares foram realizadas as seguintes análises físico-químicas: acidez, índice de peróxido e absorvâncias no UV com vista à avaliação da sua qualidade. Para a avaliação da qualidade potencial de azeites produzidos a partir de azeitonas produzidas na Região, foram realizadas extrações laboratoriais em sistema Abencor. Nos resultados obtidos para o estudo da qualidade potencial, a acidez foi sempre inferior a 0,3% e todos os azeites se enquadram na categoria de azeite virgem extra (Regulamento (UE) 61/2011). Os azeites Cobrançosa foram os que apresentaram valores de absorvâncias mais elevados e o azeite Arbequina foi o que teve um índice de peróxido mais elevado. Para o estudo da qualidade real podemos constatar, tal como em resultados de anos anteriores, que são os lagares de prensas que apresentam valores médios mais elevados de acidez, em resultado do seu modo de funcionamento com mais tempos de espera entre a colheita e a extração, o que é particularmente grave quando a azeitona se encontra com problemas fitossanitários. Para o índice de peróxido obteve-se em média valores mais elevados nos lagares de sistema contínuo de duas fases, possivelmente em resultado da utilização de temperaturas mais elevadas durante o processamento, a requerer maior atenção no controlo do processo de fabrico.