Aspetos relacionados com a gravidez, com a mãe e com o recém-nascido e sua influência na prevalência de excesso de peso em crianças inscritas no ACES da Cova da Beira

Abstract

O presente relatório de estágio, o qual foi realizado no Agrupamento de Centros de Saúde da Cova da Beira e enriquecido pelas avaliações efetuadas nos concelhos de Belmonte e Covilhã, tem como objetivo investigar a eventual relação existente entre o aleitamento materno como fator preventivo do excesso de peso em crianças com idade escolar. No decorrer do estágio, foram realizadas outras atividades tais como acompanhamento e realização de consultas de nutrição, sessões de educação alimentar para o 1º ciclo do ensino básico e para diabéticos, preparação de lanches saudáveis, realização de um rastreio de nutrição, entre outras atividades. A amostra contou com 45 crianças, 23 do concelho de Belmonte e 22 do concelho da Covilhã, sendo no total 37,8% (n=17) participantes do sexo masculino e 62,2% (n=28) do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 2 e os 12 anos. Para a realização deste estudo foi aplicado um questionário, onde o estado nutricional das crianças foi avaliado através dos parâmetros antropométricos (peso e estatura) e da medição do perímetro da cintura. Em relação ao Índice de Massa Corporal, recorreu-se às curvas de percentil da Organização Mundial da Saúde (2006, 2007), seguindo-se as orientações da Canadian Paediatrics Society (2010). Por forma a relacionar o estado nutricional das crianças com a amamentação e sua durabilidade foram consideradas 4 opções: menos de 1 mês, entre 1-3 meses, 3-6 meses e mais de 6 meses. Após a avaliação do estado nutricional das crianças, constatou-se que das 45 crianças, com idade média de 3,1 ± 1,6 anos (2-12), a prevalência de excesso de peso foi de 33,3% (n=15), das quais 15,6% (n=7) eram obesas. A prevalência foi superior no município da Covilhã (40,9%; n=9), sendo Belmonte o município que apresentou a prevalência mais baixa (26,1%; n=6). Feita a relação entre o aleitamento materno e o excesso de peso infantil, concluiu-se que esta variável atua como efeito protetor contra o excesso de peso, situando-se a taxa de aleitamento materno nos 95,6%. Em relação ao peso à nascença, os resultados mostram que crianças com um peso normal ao nascer apresentam um fator de risco para o excesso de peso, comparativamente às crianças que mostram muito baixo peso e baixo peso, uma vez que não se apuraram casos de crianças macrossómicas.