Ensaios sobre a capacidade de enraizamento de estacas lenhosas de cerejeira

Abstract

“A multiplicação das plantas pratica-se desde há milénios, quando os homens primitivos abandonaram a vida itinerante e se fixaram na terra, onde iniciaram a produção dos próprios alimentos. As técnicas de produção vegetativa desenvolvidas em civilizações muito antigas, como a Babilónia e a Chinesa, assumem relevância em pleno século XX, em virtude de serem ainda adoptadas em muitas regiões do globo” (Browse, 1979). Um dos aspectos que mais estimula a actividade de um viveirista é o que se relaciona com a propagação das suas próprias plantas. Este trabalho de final de curso tem em vista apresentar alguns aspectos básicos os quais estão na origem do êxito relativo à multiplicação das plantas, de modo a proporcionar ao próprio fruticultor os conhecimentos fundamentais para a aquisição da necessária experimentação. Abordará assim, a técnica de multiplicação por estaca de três porta-enxertos de cerejeira o colt, o Prunus mahaleb selecção SL 64 e o Prunus avium selecção F 12.1, no seu estado lenhoso, semilenhoso e herbáceo, ensaiando em simultâneo a aplicação de três hormonas de enraizamento diferentes: o ácido B indo1acético (AIA), ácido B indolbutírico (AIB) e o ácido nafta1enoacético (ANA). Este trabalho realizou-se na Escola Superior Agrária de Castelo Branco e visou concluir qual dos porta-enxertos e qual das hormonas induzia a uma maior percentagem de enraizamento, bem como, de qual dos três estados de lenhificação seria o mais favorável a tal técnica de propagação. Simultaneamente, foram efectuados registos sobre a temperatura do solo, o teor de humidade do mesmo, bem como a temperatura do ar e a humidade junto ao ensaio. Este trabalho surgiu como tema de estágio, em virtude da Cova da Beira ser uma região onde a cultura da cerejeira é extremamente importante e onde se tem expandido consideravelmente. Segundo Fernandes (1988) a implantação de pomares de cerejeira evoluiu de 30/ha/ano para 75/ha/ano, da década de (70/77) para a década de (77/81). Além deste facto, é de salientar, ainda, a escassez de porta-enxertos no mercado e de dados referentes a novos métodos de propagação, mais rápidos e económicos, nomeadamente, a estacaria e a utilização de fitohormonas. Adveio daí o interesse em realizar um trabalho que pretende reunir o máximo de dados relativamente a este novo processo, sob as condições climáticas da referida região.