Acompanhamento da cura, selecção, prensagem e expedição de uma campanha de tabaco tipo Virgínia ("Flue-Cured") na região de Vila Velha de Ródão

Abstract

A produção de tabaco é uma actividade agrícola das mais aliciantes, pela versatilidade das suas exigências técnicas de ordem cultural e tecno1ógica. A produção do tabaco tem vindo a obter em Portugal Continental desde l976, uma vincada evolução, tendo sido apurado um aumento de cerca de 40% nos cinco anos desde 1976 a 1980, especialmente das ramas tipo Virginia-Estufa (Carvalho, 1981). Ainda que considerado como maléfico para a saúde de quem o consome e não só, o tabaco desempenha nas transacções comerciais mundiais um destacado lugar, tanto no campo agrícola, como comercial e industrial e, paralelamente com ele, outros sub-produtos, que intervêm na finalização do produto a consumir. Em 1980, Portugal Continental, produziu cerca de 10% do seu consumo total, estimado em 9000 toneladas de ramas das quais 84% são constituídas por ramas dos tipos Virginia e Burley. Longe de satisfazer as necessidades internas, a procura dos mercados internacionais, especialmente do Europeu, por ramas de boa qualidade é enorme, não se vislumbrando qualquer crise de mercado, desde que as ramas produzidas satisfaçam as características físico-químicas, requeridas pelo consumidor (Carvalho, 1981). Desde sempre, o tabaco é um dos produtos que tem vindo a ter uma acentuada valorização, devido à sua crescente procura, acompanhada por uma irregular e insuficiente oferta, detendo os mais elevados rendimentos brutos por unidade de superfície, pelo que é uma das culturas que melhor se presta a uma economia estável. A cultura do tabaco em Portugal tem tido uma boa aceitação dos produtores, pois que, para além de verem assegurado, em termos compensadores, o escoamento da sua produção, podem contar com uma assistência técnica, considerada impar, no panorama da agricultura portuguesa. O facto do produtor saber o que e como produzir com a consequente melhoria de qualidade do tabaco português, é condição indispensável para assegurar a viabilidade económica à própria cultura. Pelo que foi referido atrás, pode-se concluir do interesse e da importância da cultura do tabaco em Portugal, como factor de uma grande influência sócio-económica no meio rural. Tendo-se-me deparado a oportunidade de realizar um trabalho e desenvolver um tema relacionado com esta cultura, numa empresa dotada de meios humanos esclarecidos e de meios técnicos avançados, nos domínios agrícola e industrial, dispus-me desde logo a aceitar tal oportunidade. É essa minha experiencia com os resultados obtidos que passo a relatar.