Estudo da dinâmica da vegetação (Arbustiva e Arbórea) após a ocorrência do fogo no concelho de Trancoso

Abstract

O presente trabalho tem como objectivo estudar o comportamento da vegetação arbustiva e arbórea após a ocorrência do fogo no concelho de Trancoso. Saber quais as espécies mais bem adaptadas e em que condições regeneram após a ocorrência do fogo, é a pergunta à qual se pretende dar uma resposta. Para o efeito, com base em informação cedida pela Direcção Geral das Florestas sobre cartografia dos incêndios desde 1990, escolhemos três zonas de estudo, a nordeste de Trancoso, correspondentes a áreas com um fogo, com dois fogos e com três fogos. Para cada situação de fogo, em cada área de estudo, delimitaram-se duas parcelas, com uma amostra em cada para as espécies arbóreas e duas amostras para as espécies arbustivas. No trabalho de campo, depois de se caracterizar fisiologicamente as áreas de estudo, procedeu-se ao levantamento das espécies existentes, identificando-as e classificando-as. Para as arbustivas, identificaram-se as espécies, quantidade e crescimento. Para as arbóreas, no caso das folhosas, a altura, estado fenológico (verdes ou secas), regeneração (n° e altura dos rebentos). No caso das resinosas, os dados recolhidos foram o estado fenológico, o respectivo diâmetro, a presença de cepos cortados, a regeneração e respectiva altura dos pinheiros nascidos. Dos resultados, verificou-se que após o fogo, a vegetação arbustiva, a seguir às herbáceas, ocupa rapidamente o espaço deixado pelas árvores; o Carvalho negral, tem um forte poder de regeneração e o Pinheiro bravo, também tem elevada capacidade de regenerar em pinhais adultos, mas é totalmente ineficaz no curto e intenso ciclo de fogos que são uma realidade na nossa região.