Qualidade de linguado com origem em juvenis de maternidade e juvenis selvagens.

Abstract

A Aquacultura assume atualmente grande importância pela sua contribuição na crescente necessidade alimentar, promovendo também a sustentabilidade da pesca a nível nacional e internacional. Contudo, o atual consumidor está cada vez mais atento aos produtos alimentares que consome, estando mais consciente em relação à sua saúde e bem-estar, revelando assim exigências ao nível do valor nutricional e das propriedades sensoriais desses produtos. O linguado-do-Senegal (Solea senegalensis) constitui uma espécie promissora de elevado valor comercial e de grande importância no setor da aquacultura no sul da Europa. Neste contexto, o presente trabalho pretende avaliar e comparar as possíveis diferenças na qualidade de juvenis de linguados produzidos em maternidade e de origem selvagem, permanecendo ambos no mesmo tanque. O estudo destas diferenças incide na sua composição química, nomeadamente no perfil de ácidos gordos, nos teores de proteína, humidade, de gordura, na sua composição mineral em elementos essenciais (potássio, sódio, magnésio, zinco, cobre, ferro, manganês e fósforo) e tóxicos (mercúrio, cádmio e chumbo), bem como na diferença sensorial no músculo da espécie estudada. Observando globalmente todos os resultados obtidos, não se verificam diferenças químicas nem sensoriais entre os linguados. Apresentam ambos um perfil nutricional equilibrado numa adequada proporção de ácidos gordos ómega-3, como o EPA e DHA, e de elementos minerais essenciais (potássio, fósforo e zinco). Os teores de elementos tóxicos (cádmio, chumbo e mercúrio) apresentam concentrações abaixo do limite legislado.