Avaliação do afilhamento na produção de nove genótipos de trigo mole

Abstract

O objectivo deste trabalho realizado durante o ano agrícola 1995/96,avalia-se na determinação da influência do afilhamento na produção de trigo mole (Triticum aestivum) em ambiente mediterrânico. Nesta avaliação constaram nove genótipos que diferem no potencial de afilhamento e no modo como conseguem garantir a biomassa à antese. Por um lado trigos que afilham bastante com presumíveis problemas de uso supérfluo de água por transpiração, por outro lado trigos com afilhamento moderado mas com uma taxa de supervivência dos filhos elevada. Constituem opções possíveis na produção. O processo de formação e desenvolvimento do rendimento envolve os dois períodos do ciclo cultural, é regulado por factores internos (características genéticas da planta com forte ou fraco potencial, no afilhamento ou formação de filhos durante o período vegetativo, acumulação e distribuição de assimilados de reserva nos diferentes órgãos da planta durante o período reprodutivo) e por factores externos (temperatura, precipitação, nutrientes e radiação solar). O resultado deste processo é definido no período de maturação ou período de enchimento do grão, caracterizando-se em dois níveis distintos. Nível populacional (nº espigas/m2). Nível individual, (n° espiguetas/espiga nº órgãos/espigueta; grãos/ espiga e peso médio do grão). O produto do processo ou componentes do rendimento verificado neste conjunto de germoplasmas deixamos duas opções que devem ser encaradas e estudadas de forma singular, para a obtenção de produções estáveis e elevadas, dadas as características do nosso clima mediterrânico, (distribuição errática das chuvas, concentração outono-inverno, altamente variáveis de ano para ano; temperaturas elevadas durante a fase final de desenvolvimento do trigo; possível ocorrência de geadas tardias na fase de formação de pólen e antese). A primeira, fortemente relacionada com o nº grãos/m2 implica um padrão de cultura tardio- precoce. Quanto ao espigamento e maturação não necessitando de um período vernalizante para a floração e um rápido enchimento do grão. A segunda, fortemente relacionada com o peso do grão, implica um padrão de cultura precoce-tardio. Quanto ao espigamento e maturação não necessitando de um período vernalizante para a floração. Relacionando-se positivamente a taxa de enchimento do grão com o período de duração da mesma.