Estudo das respostas da vinha, no ano seguinte a uma geada, a diferentes técnicas de intervenção

Abstract

Num ensaio instalado em 1989 no Centro Experimental Vitivinícola do Dão, com o objectivo de estudar a adaptação de porta-enxertos às condições edafo-climáticas da região, a ocorrência de uma geada severa um mês após o abrolhamento, no ano de 1995, destruiu a quase totalidade da vegetação. Para estudar a resposta da videira a uma poda correctiva (PC), efectuada ao nível do primeiro nó dos lançamentos queimados, o ensaio foi subdividido, para permitir a comparação com a testemunha não podada (NP). Após a geada, verificou-se o abrolhamento de muitos gomos latentes e um grande crescimento das “netas” dos lançamentos afectados. A avaliação dos resultados foi realizada não só nos parâmetros produtivos como também nos parâmetros vegetativos. O rendimento no ano de 1995 foi muito baixo (1.9 a 2.7 t/ha), tendo contribuído os cachos das netas com cerca de 40 a 47% para a produção. As características do mosto não foram afectadas. As videiras sujeitas à poda correctiva originaram um rendimento ligeiramente superior à testemunha, devido ao facto das “netas” possuírem um número mais elevado de cachos. A modalidade poda correctiva (PC), apresentou um número de sarmentos inferior ao da testemunha, mas com um peso unitário superior, permitindo uma poda de Inverno mais fácil. Durante o ciclo vegetativo de 1996 (ano seguinte à geada), não houve diferenças significativas nas componentes do rendimento. Relativamente à qualidade do mosto obtido em 1996, este apresentou teores significativamente superiores em antocianas e compostos fenólicos totais.