Comunidades vegetais no vale do rio Erges no Parque Natural do Tejo Internacional

Abstract

O objecto deste estudo foi o reconhecimento das comunidades vegetais do vale do Rio Erges no Parque Natural do Tejo Internacional. Simultaneamente, foi identificado o elenco florístico e realizado o diagnóstico bioclimático da região. O vale do Erges surge encaixado no Maciço Hespérico, onde predominam rochas do complexo xisto-grauváquico acompanhadas, pontualmente, de rochas graníticas hercínicas. As vertentes portuguesas deste vale estão sujeitas às condições bioclimáticas do andar termomediterrânico superior com ombrotipo seco superior. Na área estudada, que se situa no Superdistrito Cacerense, do Sector Toledano-Tagano da Subprovíncia Luso-¬Extremadurense, prevalece o domínio climácico da Pyro bourgaeanae-Querceto rontundifoliae sigmetum, assente em substratos silíceos. A flora do vale do Erges distingue-se pela presença de um número significativo de endemismos ibéricos, designadamente Iris lusitanica. A investigação fitossociológica permitiu reconhecer 12 associações que integram a paisagem vegetal. A variante termófila da Pyro bourgaeanae-Quercetum rotundifoliae, um bosque de azinheiras, constitui a cabeça de série do domínio climácico. Nas vertentes es¬carpadas e rochosas, com maiores declives, onde é acentuado o carácter termotopográfico, a clímax está representada pelo zambujal termomediterrânico da Asparago albi-Rhamnetum, fontquerii. A vegetação ripícola destaca-se pela presença dos tamujais da associação Pyro bourgaeanae-Securinegetum tinctoriae, particularmente bem representada na área estudada.