Contributo para o estudo da agricultura a tempo parcial na Ilha Terceira

Abstract

A agricultura a tempo parcial atinge, na ilha Terceira, grande expressão, exercendo cerca de metade dos produtores, dupla actividade. Para este trabalho, foram feitas entrevistas em três freguesias da ilha - S. Mateus, Ribeirinha e S. Sebastião - num total de noventa inquéritos. A maior parte dos produtores, assim como os seus cônjuges, são jovens, situando-se as suas idades entre os 25 e os 39 anos. Não obstante, o seu nível de instrução só atinge o ensino básico primário. Tanto as mulheres como os filhos dos produtores raramente ajudam nas tarefas agrícolas. A maior parte das explorações, 47,8%, tem área total entre 2 e 5 hectares, sendo a área reservada ao pastoreio a mais importante. O emparcelamento é muito baixo, tendo 52,2% das explorações 10 ou mais parcelas, na sua maioria, dispersas pela freguesia. Os principais produtos da exploração, para venda, são os bovinos de carne e os suínos. Em menor quantidade, são também vendidos leite, vinho e produtos hortícolas. A importância da agricultura como fonte de rendimentos para a manutenção da família é considerada secundária, em detrimento da profissão remunerada exterior. A manutenção da actividade agrícola existe, essencialmente, como preservação de um património, sobretudo se este foi herdado, e como prática do autoconsumo.